Acho curioso como as pessoas gostam de dizer isso. Originalidade não é algo que sai da cabeça assim, sem mais nem menos. Para ser original, é preciso conhecer de perto o corriqueiro. E digo mais: é preciso fazer o corriqueiro. Quem quer ser original e fugir da tendência flat deve, antes de tudo, estudá-la, analisá-la, praticá-la. Lembram das pinturas de Picasso antes do cubismo?
Aproveitando a deixa Hegeliana, não concordo muito com esse papo de um design transcendente. Todo logotipo é uma expressão de seu próprio tempo. Coisas que funcionam bem em uma época não funcionam tão bem em outras. Não que isso não possa acontecer, mas é impossível para um designer prever se a sua criação será eterna. Paul Rand acertou muito, mas também “errou” neste quesito. Em compensação, o logotipo da Coca-Cola, tão século XIX, criado por um contabilista, é reconhecido no mundo inteiro. Talvez porque simbolize uma era ainda mais ampla – e, neste caso, o sucesso é do produto, e não do logotipo.